Pets que sofrem para tomar remédio ganham petisco medicinal

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Um animal doméstico doente pode ser grande problema. Isso porque a maioria dos cães e gatos tem muita dificuldade de ingerir as medicações prescritas pelo veterinário, deixando assim os seus tutores em maus lençóis para dar continuidade ao tratamento. O veterinário Ricardo Rafael Cavalcanti, especialista em comportamento animal, revela que não são raros os casos em que os tutores chegam aos consultórios sem conseguir medicá-los.

“Os gatos são mais complicados para medicar porque a língua deles é mais áspera e eles têm mais sensibilidade nas papilas gustativas, mas tudo é uma questão de educação. Se o tutor for orientado a ministrar o medicamento corretamente e fizer isso quando os animais ainda são filhotes, os problemas são bem menores quando eles crescem”, explicou o veterinário.

Uma das dicas do médico é usar seringas (sem agulha) para injetar o medicamento líquido. O correto, segundo Ricardo Rafael, é mirar no céu da boca do animal e esperar que o remédio escorra. No caso do comprimidos, o correto é abrir a boca do animal e colocar a pílula direto na garganta, caso não consiga, é possível encontrar petiscos com o interior oco, onde os remédios podem ser escondidos.

Atenta à dificuldade de medicar os animais, a farmacêutica Graziella Marques criou, junto com sua sócia, uma linha de medicamentos atrativa ao paladar dos cães e gatos. São biscoitos de ração que contam com substâncias médicas, pastas medicinais que são aplicadas nas patinhas dos gatos para eles possam lambê-las, entre outros. Esses produtos são comercializados na farmácia de manipulação Roval Pet e custam, em média, R$ 20 a mais dos que as tradicionais cápsulas.

“Nós temos ativos diferentes que não são encontrados numa farmácia convencional de uso humano ou veterinário. Além disso, fazemos o remédio ficar atrativo para animais, facilitando o tratamento deles”, contou Graziella Marques que disse que a ideia de investir no ramo surgiu a partir de experiências vividas por ela e sua sócia, além de amigos e familiares que também convivem com animais domésticos.

A empresária Polliana Cardoso é tutora de um Lhasa apso chamado Balthazar, de 4 anos. Ela tinha muita dificuldade para medicar o cãozinho e numa ocasião que ele precisou passar por uma cirurgia, o antiinflamatório virou um delicioso biscoitinho com sabores de frango e carne. “Eu sabia que podia manipular o remédio, mas só descobri que podia virar biscoito procurando na internet. Hoje quando vamos abrir o saquinho ele já vem correndo pra comer o biscoitinho com remédio”, contou Polliana.

O Brasil é o 4º maior do mundo em população total de animais domésticos – são mais de 132 milhões – segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com tantos animais precisando de carinho, atenção e cuidados, o mercado de produtos veterinários vem crescendo cada dia mais.

Fonte: ANDA (Agência de Notícias dos Direitos Animais), disponível em: http://www.anda.jor.br/24/02/2016/animais-domesticos-que-sofrem-para-tomar-remedio-ganham-petisco-medicinal

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